Crescer em meio aos livros faz bem

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                        Matilda ❤

Pode parecer clichê para os amantes da leitura, mas agora a comprovação vem de um
estudo realizado por economistas da Universidade de Pádua, na Itália. De acordo com a pesquisa publicada em The Economic Journal, pessoas que tiveram mais contato com os livros durante a infância mostram maior sucesso na vida adulta.

Para desenvolver o estudo, os pesquisadores coletaram dados de homens com idade entre 60 e 96 anos de nove países europeus. A partir daí, eles puderam observar que aqueles que tinham tido contato com mais de 10 livros quando crianças (e que não eram leitura obrigatória para a escola, ou seja, liam porque gostavam), tinham salários 21% maiores que os outros.

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Grandes autores para pequenos leitores

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Pensar em Literatura Infantil é remeter-se quase instantaneamente a um mundo maravilhoso. Universos habitados por madrastas más, príncipes encantados, gigantes ferozes, princesas em apuros, fadas com varinhas de condão e lobos perigosos vêm-nos à mente de forma tão natural, que nem sempre conseguimos precisar onde e quando tantos elementos nos foram apresentados. Possivelmente porque os primeiros contatos com essas histórias – os chamados Contos de Fadas – tenham acontecido antes mesmo da alfabetização, ainda em tenra idade, escapando das nossas memórias.

Ainda nesses primeiros anos, éramos apresentados às famosas cantigas. “O sapo não lava o pé”, “Alecrim Dourado”, “Escravos de Jó”, “Caranguejo peixe é”… E assim já começávamos a conhecer um pouquinho do que viria a seguir. A poesia! Quem não recitou os versos de Cecília Meirelles na escola? Ou ouviu, nos anos 1990, Manuel Bandeira ser recitado pelo gato da biblioteca do Castelo Rá-tim-bum?

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A nossa Literatura Infantil, seja em prosa ou poesia, é tão rica que poderíamos citar nomes e mais nomes aqui. Ruth Rocha, Maria Clara Machado, Pedro Bandeira, Monteiro Lobato e Ziraldo são apenas alguns exemplos que nos fazem lembrar com carinho da infância. Mas além desses autores tão famosos e tão queridos por nós – pela vasta e importante obra -, há outros que não escreveram especificamente para o público infantil, mas que têm obras que vêm encantando os pequenos há décadas. É o caso de Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa, por exemplo, que junto de Manuel Bandeira formam a base deste blog.

Aqui, compartilhamos poemas, músicas, ilustrações, cantigas, quadrinhos… Tudo aquilo que puder inspirar e ajudar a retomar um pouquinho daquele encantamento que acabamos perdendo com o passar dos anos! Aproveite 😉

Quando as crianças brincam (Fernando Pessoa)

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Ilustração de Victor Alexandre (reprodução)

QUANDO AS CRIANÇAS BRINCAM

Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

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Dia Mundial do Livro

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Hoje, 23 de abril, é comemorado o Dia Mundial do Livro. E como nós acreditamos que o gosto pela literatura começa ainda na infância, quando os livrinhos de cores e animais dão lugar às primeiras histórias de fantasia, povoando a imaginação dos pequenos com fadas e cavaleiros, achamos que este aqui também é um espaço para incentivar a leitura desde os primeiros anos de vida.

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Vinicius de Moraes

Quando começamos a escolher as primeiras poesias que publicaríamos aqui no blog, logo nos veio a ideia de ir além dos três autores propostos. Isso porque ao pensar em poetas e outros artistas que não escreviam especificamente para crianças, mas que em meio a uma vasta obra também fizeram grandes trabalhos para o público infantil, diversos nomes foram lembrados. Um deles, claro, é Vinicius de Moraes – e este post é sobre ele ♥

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Poema Pial (Fernando Pessoa)

POEMA PIAL

Toda a gente que tem as mãos frias
Deve metê-las dentro das pias.
Pia número UM
Para quem mexe as orelhas em jejum.
Pia número DOIS,
Para quem bebe bifes de bois.
Pia número TRÊS,
Para quem espirra só meia vez.
Pia número QUATRO,
Para quem manda as ventas ao teatro.
Pia número CINCO,
Para quem come a chave do trinco.
Pia número SEIS,
Para quem se penteia com bolos-reis
Pia número SETE,
Para quem canta até que o telhado se derrete.
Pia número OITO,
Para quem parte nozes quando é afoito.
Pia número NOVE,
Para quem se parece com uma couve.
Pia número DEZ,
Para quem cola selos nas unhas dos pés.
E, como as mãos já não estão frias,
Tampa nas pias!

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